domingo, 28 de setembro de 2008

A evolução da resistência das bactérias



Está se tornando mais difícil tratar doenças com remédios alopáticos... e a indústria farmacêutica continua, incansavelmente, a produzi-los em enormes quantidades!

Porque que é que as infecções resistentes aos antibióticos são perigosas?

Estes tipos de bactérias são particularmente perigosos, porque deixam freqüentemente o médico limitado a uma escolha muito restrita, ou mesmo sem escolha, em relação ao antibiótico a receitar para curar a infecção do seu doente. Os médicos vêem-se às vezes na dificuldade de tentarem encontrar uma combinação pouco vulgar de antibióticos, ou até agentes antimicrobianos experimentais para tratar a infecção.

Como é que as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos?

Muitas pessoas pensam que a resistência aos antibióticos é somente um problema dos que abusam dos antibióticos, mas isso não é verdade. Quando as pessoas não fazem um uso correto dos antibióticos, é a saúde pública que está em risco. Mesmo que já não tome antibióticos há muito tempo, uma infecção causada por bactérias resistentes pode ser mais difícil de tratar.

Quando expostas a um antibiótico, as bactérias têm geralmente duas opções:

Mutação - as bactérias mudam a sua estrutura; o antibiótico já não consegue penetrar na bactéria nem acoplar-se à sua superfície.

Adquirir novos genes - as bactérias produzem novas enzimas (proteínas) que desativam ou destroem mesmo o antibiótico. Consequentemente, em vez de erradicar a infecção completamente, o antibiótico mata somente os organismos mais fracos e não resistentes, deixando os seus parceiros mais resistentes para se multiplicarem e espalharem os genes que inicialmente asseguraram a sua sobrevivência. A resistência desenvolve-se ao longo do tempo, enquanto as novas gerações de bactérias se tornam mais fortes - um problema agravado pelo abuso, uso errado e exagerado dos antibióticos.

Que tipos de resistência aos antibióticos foram já detectados?

MRSA - Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina

Estas bactérias tornaram-se resistentes à meticilina, à nafcilina, à oxacilina, à cloxacilina, à dicloxacilina, ao imipenem e às cefalosporinas, que são os antibióticos usuais para tratar infecções por Staphylococcus aureus. Consequentemente, têm de ser usados antibióticos mais tóxicos e mais caros (por exemplo, vancomicina).

VRE - Enterococcus Resistente à Vancomicina

Estirpes que desenvolveram a resistência a muitos antibióticos geralmente usados, mas mais especificamente, à vancomicina, que tem sido desde há muitos anos a última linha de defesa de encontro a estas infecções. Os enterococos são bactérias vulgares que se encontram naturalmente no nosso intestino, mas podem tornar-se prejudiciais se o corpo se encontrar já enfraquecido pela doença (ex.: doentes que se encontram internados no hospital por outros motivos, e ficam infectados por estas bactérias).

PR - Resistência à Penicilina

Bactérias resistentes ao efeito da penicilina Historicamente, o Streptococcus pneumoniae era uniformemente susceptível à penicilina (bactérias responsáveis pela meningite, pneumonia, otite média, sinusite e bacteremia – bactérias no sangue – nos adultos e nas crianças) Isto constitui um grave problema para as pessoas idosas, para os bebês, e todos os que têm problemas crônicos subjacentes ou sistemas imunitários enfraquecidos.

Pais deveriam pensar muito antes de ministrar
antibióticos a seus filhos: alguns basta a criança emitir O PRIMEIRO ESPIRRO ou manifestar-se UMA LEVE ALTERAÇÃO DE TEMPERATURA e já dão antibiótico, muitas vezes "receitado" por eles mesmos.

Esse também é um hábito regular em alas de atendimento emergencial e postos de saúde, sempre abarrotados de doentes, principalmente crianças e idosos, os mais frágeis e suscetíveis aos problemas apresentados no texto.

Seria eu totalmente CONTRA ANTIBIÓTICOS?

Não, em algumas situações eles são necessários, por exemplo, quando uma doença já fugiu do controle (o processo de cura utilizado não foi eficiente por N causas), ele pode cortar a infeceção, mas isso está tornando-se cada vez mais difícil, como os próprios médicos estão reconhecendo.Por isso, ultimamente, quando levam as crianças ao atendimento tradicional, o diagnóstico geralmente é "virose", ou seja, não conseguem mais identificar as doenças...

Aliás, vcs sabem a diferença entre bactéria e vírus?
Vou postar outro artigo escalarecedor.

Infecções bacterianas vs. infecções virais:
qual a diferença?


Tanto as infecções virais como as bacterianas fazem-no sentir doente, e muitos dos sintomas são idênticos.

Qual a diferença entre uma infecção viral e uma infecção bacteriana?

Uma doença provocada pelo vírus da gripe, ou constipação, geralmente dura apenas até 10 dias, enquanto as doenças causadas por bactérias geralmente duram mais de duas semanas.

Os sintomas da constipação e gripe, incluindo o nariz congestionado, olhos inflamados, tosse seca, dor de garganta, arrepios e dores, são causados por vírus e não por bactérias.

Adultos que têm uma garganta inflamada sem febre significativa e sem “pontos brancos”, muito provavelmente não têm uma infecção bacteriana? (O mais provável é que a doença tenha sido causada por um vírus.)

A maior parte das tosses não precisa de antibiótico. LEMBREM-SE – Se os seus sintomas sugerem uma infecção viral, os antibióticos não terão efeito.

LEMBREM-SE – Os antibióticos só devem ser usados quando forem realmente necessários - para curar uma infecção bacteriana - e receitados por MÉDICO; mas se vc quiser realmente afastar-se do uso de ANTIBIÓTICOS (mesmo que isso possa levar algum tempo), procure um MÉDICO HOMEOPATA UNICISTA.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Prevenção e Saneamento básico p/evitar doenças


... e mortalidade infantil.


O texto postado abaixo, comunga com minha visão sobre prevenção de doenças e uso de vacinas, ou seja, que os governos deveriam investir em saneamento básico como fator preponderante de prevenção da saúde e não fazendo o contrário, investindo milhões em vacinação em massa, como uma forma agressiva e invasiva de evitar a doença.

Alegam que a vacinação é necessária para evitar doenças, quando sabe-se que o tratamento de esgotos inexistente e o uso de água contaminada são berços da proliferação de agentes causadores de diárréia, cólera, tifo e poliomelite. Enquanto essa situação precária persistir no País, como podem dizer que "as doenças estão controladas e as vacinas são responsáveis por eliminar as doenças"? Será que os governos não investem em saneamento básico para a população porque não é uma obra grandiosa e nem atrai manchetes de uma forma sensacionalista, como por exemplo, perfurar o solo atrás de petróleo?

É assunto para pensar quando formos às urnas escolher nossos futuros governantes...


Falta de saneamento gera maior número de doenças

O Brasil apresenta uma triste estatística relacionada à falta de coleta e tratamento de esgoto.
Mais de 95 milhões de brasileiros não possuem rede de coleta de esgoto sanitário e 40 milhões utilizam fossas sépticas.
Nas zonas rurais, a coleta atinge apenas 4% da população
.
A consequência deste descaso das autoridades nas três esferas de poder (federal, estadual e municipal), principalmente nas periferias das grandes cidades do País, é o consumo de águas contaminadas pelos moradores e alta mortalidade de crianças, sobretudo até os cinco anos de idade.

O Presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia, Carlos Graeff Teixeira, destaca que o grande problema do Brasil em função da falta de investimentos nesta área são os casos de diarréia que proliferam em áreas sem saneamento básico. "São 210 crianças que morrem todo o mês em decorrência da doença, o que é uma vergonha".
Segundo ele, 80% do esgoto produzido no País não recebe nenhum tipo de tratamento e é despejado em lagos, rios mares e mananciais.

Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Luiz Fernando Felli, sensibilizar a população sobre a importância e o direito de acesso à coleta e o tratamento do resíduo é fundamental.
A ONG realiza palestras com os moradores para organizar um planejamento e cobrar do poder público a aplicação de verba no setor. "O País só tem a ganhar com a aplicação de recursos em saneamento. A cada R$ 1,00 investido, o governo federal economizaria R$ 4,00 em gastos com saúde", explicou.

Além da diarréia, doenças como a cólera, tifo e poliomielite proliferam em águas contaminadas ou sem tratamento de esgoto.

Aproximadamente 40 milhões de pessoas que vivem na periferia das grandes cidades brasileiras bebem água de péssima qualidade. Nestes locais, além de não ter água potável, as moradias são precárias, a coleta de lixo não é realizada e não há rede de esgoto.
O alerta é do coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil, Samuel Barreto: "Não adianta pensar o saneamento básico descolado de uma política de desenvolvimento, de ordenamento territorail, de habitação e de renda". O representante da entidade diz que as pessoas precisam morar e precisam de água. "Essa água será procurada em qualquer lugar", comentou.
Segundo ele, como no Brasil não são feitos investimentos em saneamento básico, o País não conseguirá cumprir algumas das Oito Metas do Milênio propostas pela ONU, que prevêem a redução pela metade - até 2015 - da proporção de pessoas que não têm acesso à água potável e ao tratamento de esgoto.

"A crise do setor é uma crise dos pobres", destacou. Na opinião de Barreto, "a classe política ainda não entendeu que água limpa e saneamento são os mais eficientes remédios preventivos para reduzir a mortalidade infantil no País".
BRAVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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O Brasil possui 12% das reservas de água doce no mundo, mas ainda enfrenta problemas por não ter implantado uma política de uso racional e sustentávelç dos recursos hídricos. "Em 11 estados, menos da metade dos domicílios são atendidos por rede coletora de esgoto e 80% do que é recolhido é lançado sem tratamento em rios e lagos".

Resumo baseado em matéria publicada no Jornal do Comércio, em novembro de 2007.

domingo, 14 de setembro de 2008

Noivas de Frankenstein


Quando caminho pelas ruas, ando de ônibus, circulo pelos shoppings e parques, vou ao cinema, teatro e à feira ou na calada da noite, sou uma atenta e meticulosa observadora.
Misturada à multidão, encho os olhos e a mente da mesmice que movimenta-se à minha frente.
E uma das rotinas que mais tenho notado, entre as mulheres principalmente, é o perigoso e acrobático uso de sapatos de plataforma. Me impressiona a ginástica que moças e senhoras (e até algumas crianças!) executam para equilibrar-se naquele pedestal, além do esforço hercúleo que devem dispender para levantar o peso do artefato a cada passo.
Sim, sei que a vaidade grita mais forte do que o senso de estética ou a preocupação com o bem-estar da coluna vertebral.
Se querem ser mais altas, qualquer sacrifício é aceito para terem medidas de modelo, já que a indústria da moda pede que a cada ano, sejam maiores.
Particularmente, não tenho tal necessidade, pois sinto-me bastante satisfeita com meus 1,74 metros, mas lembro que na adolescência isso me causou muito sofrimento, já que não era hábito as garotas sonharem em ser top models. Então, eu era considerada uma "girafa", totalmente desengonçada perante minhas colegas com altura brasileira padrão.
Como os hábitos e costumes mudam com o transcorrer do tempo, hoje toda mocinha sonha em ser MUITO alta e se não foi beneficiada pela Mãe Natureza com esse atributo, a solução é a... plataforma!
Culpa dos estilistas, que ditam a moda e obrigam a mulherada a usar modelos estapafúrdios, cores escandalosas, padrões berrantes e otras cositas más, todas saídas das mentes impiedosas desses criadores que, certamente, não estão pensando intensamente na beleza e na saúde das mulheres.
E quando vi, pela primeira vez um sapato desses, me veio logo à mente a criação monstruosa e torturada do dr. Frankenstein, que usava... uma plataforma!
Se os estilistas conseguiram convencer as mulheres que elas ficam elegantes usando esse modelo de sapato, só posso dar meus parabéns ao poder hipnótico destes profissionais, pois iludiram milhares de criaturas no mundo todo.
“A partir de 3,0 cm de altura, o salto aumenta a pressão plantar sobre o dedão e o segundo dedo, deformando essas articulações, encurta a musculatura posterior da perna, aumenta a incidência de entorses e fraturas de tornozelo e pé, pois aumenta o desequilíbrio e diminui a velocidade do passo, fazendo com que a pessoa utilize mais energia para desenvolver uma distância. Há muitos registros de fraturas após quedas por causa de desequilíbrio de salto alto, ou escorregões."
Elegância, beleza, desenvoltura... será que temos nossos próprios conceitos ou somos macaquinhos seguindo a música do tocador de realejo?
Creio que não somos nada independentes em nossas escolhas, pois muitas vezes ao abrirmos algum velho baú com roupas antigas guardadas, damos um grito horrorizado e/ou envergonhado: "como pude usar isso um dia!"

sábado, 30 de agosto de 2008

Benemerência



Na edição de ZH de ontem, sexta-feira, 29, vem encartado um guia da Expointer 2008 - leia-se um guia para o circo de atrocidades contra animais - entre elas, um "leilão do bem":
"Na quinta-feira, 4 de setembro, às 19h30min, a Casa RBS será palco de uma noite solidária.
É o Leilão do Bem - Desfile de Moda em Couro.
O evento é uma parceria entre o Canal Rural, a estlista Liliane Richter e a Fenac. Na passarela, grandes nomes do jornalismo do Grupo RBS vão desfilar a coleção de inverno e tendências da moda em couro para o verão 2009. As peças serão leiloadas e a renda destinada a instituições de caridade.
Tânia Carvalho (foto) e Tatata Pimentel apresentarão o evento. As vendas serão comandadas por Alexandre Crespo."
Detalhe da foto (não registrada aqui) : a apresentadora veste um casaco feito com couro e tem um bicho (?) enrolado no pescoço (aparenta ser uma raposa...). Como jornalista, a referida senhora deveria estar mais bem-informada sobre a tendência mundial de evitar o uso de peles, que são literalmente arrancadas dos corpos dos animais, causando-lhes enorme sofrimento; não justifica-se o uso de peles para aquecer o pescocinho das madames num inverno nem tão rigoroso assim... mas é tão chic, não?
Pode ser até que ela venha com aquela manjada desculpa de que a pele é sintética, mas o casaco tenho certeza de que é do mais puro couro bovino (muuuuuuuuu!).
A notícia me levou a pensar sobre a incoerência de fazer caridade para uns utilizando a dor e o sofrimento de outros.
Tal Feira perpetua a cultura do uso e abuso de animais e as crianças, que adoram admirar as vaquinhas e os boizinhos nesse evento, será que permaneceriam saltitantes e sorridentes se os pais mostrassem a elas o que ocorre num matadouro, ou seja, como aqueles bichinhos fofos viram comida no prato? Lembro que quando era pequena e comia meu bife a milanesa, não tinha a menor idéia de como aquele alimento chegava à nossa mesa, aliás, nem pensava nisso, já que minha mãe escolhia o que julgava o melhor para a minha alimentação e eu, simplesmente... comia!
Ingenuamente, as crianças absorvem o ensinamento de que os animais são matéria prima para os hamburgers e milkshakes, sem nenhuma noção de ética embutida na lição.
Hamburgers e milkshakes são os principais itens do cardápio do McDonald's e a maioria das crianças são apaixonadas por eles - sem saber que o sofrimento das vacas proporciona a existência desses petiscos, também desconhecem o excesso de gorduras e aditivos artificiais que vêm como ingredientes das McDelícias.
E hoje, sábado, 30, circulando por um shopping center, vi que era um McDia Feliz, quando a renda obtida com a venda do Big Mac é revertida para instituições que tratam de crianças com câncer.
Como nossa civilização chegou ao ponto de ter um número tão grande de crianças doentes?
A resposta caberia em muito mais espaço do que esse post, mas uma parte dela seria que empresas como esta são causadoras de problemas de saúde que afligem a infância e a adolescência no mundo inteiro, já que o vírus mcdonaldiano foi exportado dos EUA para o resto do planeta, criando uma epidemia que ninguém pensa em extingüir.
Sabe-se que uma das principais causas de câncer é o junky food, nos moldes do disseminado por essas lancherias, sendo que há crianças que batem pé e só aceitam tal tipo de dieta.
Essa espécie de benemerência soa como tapar o sol com a peneira... ou desvestir um santo para vestir outro (dizia minha avózinha).
E, para minha surpresa, vejo no interior dessa lancheria, num palco improvisado, com cara de sono e a indefectível touca de lã, Nei Lisboa, incentivando o público a consumir muitos bigmacs, apadrinhando a campanha com melodias que as crianças não identificavam, mais interessadas nos balões e outros artifícios para atrair sua fugaz atenção.
Porque o espanto ao deparar com a cena?
1) vejo o cara que gravou Pra viajar no Cosmos não precisa Gasolina e Carecas da Jamaica, de repente ali, cercado por balões, cantando pra incentivar um projeto manipulador de uma multinacional sacana que vende lixo - ficou visível demais minha decepção?
2) pra quem não conhece o sujeito, uma vaga idéia ouvindo a crítica: "o nome de Nei Lisboa vem carregado de lendas, de histórias e de uma força quase mítica. O veterano trovador, que faz de Porto Alegre a principal personagem de suas canções, pode ser classificado, sem medo de errar, como uma espécie de Bob Dylan do Sul."
Não gostei de ver o Bob Dylan do Sul trovando no Mc Donald's... tá certo, ele pode alegar que é benemerente, assim como o desfile de casacos de couro é por uma boa causa, então, o que fazer se os fins justificam os meios?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Little boxes 2


Aproveitando uma pergunta que me fizeram no post anterior (está nos comentários, mas muita gente nem os lê), sobre a existência de uma enorme variedade de cannabis e que apenas uma teria o THC, sendo que as demais poderiam servir como alimento:


Há poucos dias recebi um e-mail de um grupo/lista do qual faço parte, dizendo o seguinte:


"Tipo 1 - Leite de semente de maconha (kanhamo): Existem 36 tipos de maconha, somente uma tem THC, todas as outras se pode consumir como alimento. Aqui na Europa (a autora vive na Espanha) todas as lojas de produtos naturais vendem pois é 3 x melhor que a linhaça, pois além do +Omega 3 e o 6, o Kanhamo tem ômega 9.

Estudos nutricionais dizem que é o alimento mais parecido com o leite humano, tem cálcio e alto teor de proteína. Tem também gosto forte; necessariamente se deve colocar uma banana.


Receita do 'leite":
6 colheres sopa de kanhamo

2 copos de água

1 banana

Modo de preparo:


a) Bater em um liquidificador a semente e a água;


b) Coar num tecido fino, tipo fralda de bebê;


c) Limpar o liquidificador e bater o leite com a banana.


Detalhe: esse leite ela deu para seu bebê, que estava começando a experimentar alimentos novos, além do LM (e a criança aprovou o sabor).


Vivendo e aprendendo, não?


Aliás, esse grupo é muito legal, recomendo participar, tem dicas incríveis de alimentação.
Ver em: http://www.comidaecologica.com.br/ - Lista Receitas Ecológicas
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Site e blog de Portugal sobre o cânhamo, com informações nutricionais e venda de produtos, não só alimentícios:
Uma Receita para Leite de Cânhamo (do blog acima):
(Ingredientes Crus, Vegan, Sem Glúten nem açúcar)
Ingredientes:
100 g de sementes de cânhamo biológica com ou sem casca
25 g de amêndoas biológicas
1-2 colheres de chá de canela (opcional)
1 gota de extrato de baunilha biológica
Preparação: Coloque as sementes e amêndoas de molho 24 horas em ¼ de litro de água. Não precisa aquecer (aliás, não o faça). Depois triture as sementes e amêndoas no liquidificador, deve ficar tudo o mais triturado possível. Adicione depois mais ¼ de litro de água. Se desejar adicione agora a canela em pó (max. 2 colheres de chá) o extrato de baunilha (max. 1 gota, se puro). Filtre a mistura (através de um tecido ou outro filtro). Deixe repousar durante uma hora e está pronto. Dura 2 a 3 dias.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Little boxes


Little boxes on the hillside


Little boxes made of ticky tacky


Litlle boxes on the hillside


Little boxes just the same...




Quem já assitiu a Weeds, certamente conhece a melodia acima, que caracteriza essa série televisiva totalmente fora do manual!


Caixinhas espalhadas pelas colinas, feitas de ticky tacky (material usado na construção desse tipo de moradia fabricada em série lá nos EUA), casas como caixinhas todas iguais!


O subúrbio norte-americano, fenômeno surgido após a 2ª Guerra, pasteurizou a família classe média, que abandonou o centro das metrópoles para viver o sonho da casa própria, em colinas distantes dos arranha-céus. Casas iguais, carros iguais, comportamento idêntico, bando de ovelhinhas que na verdade escondem lobos no interior de seus lares, pois a aparência asséptica e bem-educada... não passa de mera aparência.


Pegando esse gancho, Weeds (leia-se erva, maconha, marijuana, diamba, cannabis, baseado, fininho, marvada, baura, marofa, jererê etc) usou a maconha como estandarte, mas o roteiro não é uma apologia ao seu uso, como muitos precipitados podem imaginar, mas aborda através dessa planta a hipocrisia.

Sim, a hipocrisia que prolifera no subúrbio, uma célula representativa da nossa sociedade: ênfase em manter aparências, sejam sociais, políticas, econômicas, comportamentais, sexuais etc.


A ideia-mãe: jovem e bela moradora de um subúrbio norte-americano, fica repentinamente viúva, com dois filhos para criar, contas a pagar, status para manter e não considerando-se habilitada para exercer alguma profissão, usa seus talentos comunicativos para traficar a erva entre os moradores de Agrestic (subúrbio fictício nos arredores de Los Angeles) - note-se que AGRESTIC é um anagrama de CIGAREST - droga bem mais letal, porém legalizada.

Bastante ingênua no início da trama, a doce viúva vai ficando esperta e absorvendo a malandragem de um universo desconhecido e a trama envolve inúmeros estereótipos, como os negros que fornecem a droga, os chicanos que traficam, os maridos e esposas que traem, os filhos que aprontam, mentem e se dão bem, algumas cenas realistas, outras totalmente incríveis, mas todas acabam levando à reflexão. Mesmo sendo uma comédia, Weeds faz o público usar os neurônios, se já nãos os tiver queimado todos...


A questão da marijuana é tratada de forma natural e fica-se com muita informação, como sobre os clubes de maconha medicinal (totalmente legalizados) e o uso da erva na culinária. Inclusive, o DVD da primeira temporada (que apresenta muitos extras), traz algumas receitas, onde na relação dos ingredientes, há sempre a seguinte indicação: 2 tablespoons of spice of your choice!


Traduzi uma delas, que pode ser feita com os temperos (ou condimentos ou ervas) à sua escolha:


BOTWIN BUDDHA BROWNIES


Ingredientes

1/2 xícara (chá) de manteiga sem sal

1 xícara (chá) de açúcar granulado

2 CS de água

100 g de cacau

2 ovos grandes

1 1/2 CS de extrato de baunilha

1 1/3 xícara (chá) de farinha de trigo

1/2 cc de bicarbonato de sódio

1/4 cc de sal

1/2 xícara (chá) de nozes picadas

2 CS de ervas à sua escolha


Como fazer

Pré aquecer o forno a 350º e untar uma forma de tamanho médio. Aquecer o açúcar, a manteiga e água numa panela até ferver, mexendo sempre. Tirar do fogo e juntar o cacau, mexendo até dissolvê-lo. Bater os ovos e adicioná-los, depois o extrato de baunilha - mexer bem a mistura.

Adicionar a farinha, o bicarbonato e o sal (mexer bem). Por último, colocar as nozes e os condimentos escolhidos.

Colocar a mistura na forma e assar por 15 a 20 minutos, inserindo um palito na massa para verificar se está no ponto (ele deve ficar seco). Espere esfriar antes de cortar a massa em quadradinhos.


Para quem ainda não assistiu, a primeira e a segunda temporadas já se encontram nas locadoras e também à venda nas lojas (precinho camarada: 39 reais cada, com 2 DVDs). No Brasil, a série passa no canal GNT e já está na quarta temporada (EUA).


Detalhe: autoria de Weeds é feminina (Jenji Kohan) e a trilha musical é excelente: 'Little Boxes' by Malvina Reynolds é provavelmente o tipo de música que você nunca ouviu antes... muuuuito interessante também é que na segunda temporada, a cada capítulo, essa música é interpretada por um artista diferente com um arranjo diferente, em diferentes ritmos!



sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A Ilha da Imaginação ou A Ilha de Nim


Nim vive em uma ilha perdida no imenso mar azul-turquesa com seu pai biólogo-marinho, Jack, um iguana-marinho chamado Fred, uma leoa-marinha chamada Selkie, uma tartaruga chamada Chica e uma antena parabólica para enviar e receber e-mails. Ela e o pai moram num endereço desconhecido para o resto do mundo. Mas quando Jack desaparece com seu barco a vela, na busca de um protozoário raro, a catástrofe ameaça sua casa e Nim tem de ser corajosa e executar tudo que aprendeu com o pai, já que a mãe foi engolida por uma baleia quando ela era bebê. Vai precisar da ajuda de seus velhos amigos, e de novos também, como a escritora de livros de aventura com seu herói preferido, Alexandra Rover, que vive também ilhada, mas num apartamento em uma grande metrópole, solitária e cheia de fobias.


Ok, pode parecer o roteiro de um filminho da sessão da tarde, mas é um dos melhores filmes "infantis" a que já assisti, cheio de arquétipos, o que faz com que nos identifiquemos com todos ou quase todos eles.
Coloco aqui alguns insights que tive com ele, compartilhando e esperando que os que também assistirem, deixem suas impressões. Na verdade, meu texto é um spoiler, então se pretendem ver o filme sem saber dos detalhes, leiam meus comentários mais tarde...

1) É básica a colocação de que ambas as heroínas do filme vivem em ilhas: uma delas, selvagem do ponto de vista da constituição física, com a Natureza nua e crua construindo a paisagem onde Nim e o pai se estabeleceram, sem alterar o ambiente, mas adaptando-se à geografia do local ("ecologicamente corretos"). Isolaram-se num universo particular, escondidos da civilização, usufruindo a Vida, não lutando contra ela.
A outra ilha é um ninho dentro da selvageria da metrópole, que engole seus habitantes através dos detonadores de stress constante: as doenças, a poluição, a violência, as máquinas em movimento permanente, fazendo com que Alexandra se isole em seu apartamento, com medo de enfrentar a agitação do exterior, praticando ali todas as suas atividades, mas escondendo-se da Vida.

2) Alexandra sofre de várias fobias e não consegue sair de sua ilha.
Nim é livre e feliz na sua ilha, nem passa por sua cabeça um dia abandoná-la.

3) Alexandra criou uma persona para viver as aventuras (Vida) que ela teme, mas ansia.
Quando rompe seu casulo para correr na direção de Nim, é o sentimento maternal que grita mais forte dentro dela: uma criança desprotegida, abandonada, ferida, precisando de ajuda, faz com que ela supere seus medos, abra a porta e se lançe no desconhecido.
O elo que une as duas é um sentimento tão forte quanto o que une Nim e o pai, que mesmo perdido em alto-mar, supera todos os problemas para voltar à ilha e encontrar novamente a filha.
Acho muito positivo que a força desses sentimentos seja mostrada às crianças, hoje muito desprovidas de valores, como o Amor Incondicional.

4) Quando um grupo de trambiqueiros descobre a posição da ilha e a invade pensando em negócios e lucros financeiros, percebemos o choque de interesses: o santuário natural prestes a ser agredido e poluído pelos procedimentos do capitalismo selvagem (a selvageria da civilização irrompendo na selvageria da Natureza).
A chegada da excursão de farofeiros é hilária (a parte mais divertida do filme), com personagens caricatos (mais arquétipos), cometendo toda a sorte de sandices e comportamentos destrutivos (não para eles, claro, mas para a ilha).
É nesse momento que Nim usa todas as habilidades que tinha suspensas dentro de si, procurando defender seus domínios e também tem um primeiro contato físico com outro ser humano, que não seus pais: um garoto tipicamente mundano.

5) Esse mesmo garoto é o único entre todos os passageiros e tripulação do navio-cruzeiro que tem contato com ela e que garante à Alexandra a existência da menina.
As crianças vêem aquilo que nós, adultos, não mais enxergamos, porque perdemos a fé a e a passagem para a dimensão da fantasia. Por isso, elas são sábias e sabem de muitas coisas que os adultos não conhecem (ou esqueceram, durante seu obtuso e truncado trajeto para a idade da razão).

6) É clara a observação da jornada de Alexandra: ela sai dos EUA com a mala cheia de latas de sopa, gel anti-bactericida, armaduras que supostamente a protegeriam dos flagelos do mundo. Mas, à medida que vai enfrentando desafios simbólicos - o vôo nauseante do avião, as dificuldades de comunicação, o helicóptero no meio da tempestade, o resgate pelo navio e o roubo do bote que a atira no meio do mar revolto - ela vai se despojando de objetos que apenas a serviam na sua ilha particular.
Quando finalmente ela consegue chegar na ilha natural, tem apenas a roupa (quase destruída) grudada em seu corpo. Todas as suas âncoras foram perdidas no trajeto e a nova âncora que surge é a mão de Nim que a retira, numa última etapa , de seu casulo protetor.
Ela desabrocha com uma nova identidade, como a borboleta que nasce.
Interessante notar que sua principal ligação com o mundo, o personagem de seus livros, Alex Rover, também desaparece, pois ela não precisa mais dele

7) Nim também sofre transformações, pois em sua jornada, precisou sobreviver sozinha, sem o amparo da figura paterna e teve seus primeiros contatos com o outro, o estranho, nascendo para um novo relacionamento, o amor materno, simbolizado na figura de Alexandra, que também necessitava manifestar esse sentimento.
Ao receberem Jack, também retornando de sua jornada de crescimento, completam o triângulo: o pai, a mãe e a filha, representando esse trio, os detonadores que impulsionam a criação de uma nova semente para perpetuar a espécie.

É maravilhoso perceber como as narrativas fantásticas contam de uma maneira fascinante a nossa jornada em busca do auto-conhecimento e da evolução.
Um item adicional: na trilha, músicas das bandas Talking Heads e U2.
E as imagens são belíssimas!

P. S.: O filme é baseado no livro A Ilha de Nim, de autoria de Wendy Orr, com ilustrações de Kerry Millard, sendo que algumas delas aparecem na tela. Vou comprar voando para minha filha (e para eu ler, é claro... rs).
Para quem quiser conferir:
http://www.brinquebook.com.br/livro.php?id=304