Friday, February 17, 2012

Decadência sem elegância



Fiquei sabendo que Joe Cocker vem ao Brasil em março e vai apresentar-se até na minha cidade, Porto Alegre e pensei: mais um show caça-níquel com ídolos senis e decadentes... E olha que sou uma fã ardente do trabalho dele, mas ao assistir a esse vídeo, fiquei deprimida e prefiro nem chegar perto desse "espetáculo" que ele está oferecendo às pessoas que pagam e anseiam para vê-lo.

O pior é que as pessoas estão dispostas a qualquer coisa, para depois poderem dizer "eu vi Joe Cocker ao vivo"! Talvez elas mereçam mesmo o que recebem - um pálido reflexo de um talento quase morto.

Muitos artistas no declínio de suas carreiras resolvem fazer turnês pelo mundo, numa última tentativa de ouvirem aplausos e engordarem suas contas bancárias antes da aposentadoria.
E aí, o pensamento voou mais longe e refleti sobre a morte de jovens e talentosos artistas, detonados pelo uso abusivo de drogas - talvez seja melhor que morram e deixem uma lembrança gloriosa do que sobreviverem frequentando clínicas de desintoxicação que nunca irão curá-los (já que elas os deixam dependentes de "medicamentos", ou seja, um mero troca-troca...) ou fazendo apresentações deprimentes e repletas de situações constrangedoras, mostrando a todos como sua luz apagou-se (por sua própria escolha, ao não saber lidar com a fama e a bajulação).
Ou então, fazerem como outros mais espertos, que retiraram-se do mundo, foram viver em alguma praia desconhecida ou em outro esconderijo qualquer, fingindo sua morte e abandonando a carreira ainda envolto em louros (Elvis, talvez ou Greta Garbo, "I want to be alone"?).

Nos poupem da decepção de ver a sua derrocada e ainda ter que comprar ingresso para sofrer com esse choque - poucos são os que envelhecem com dignidade.

Saturday, February 11, 2012

A mídia faz a sua cabeça: beba de várias fontes!


Ontem, por volta das 17:30, quando nos encaminhávamos para a Rodoviária de Porto Alegre (nós moramos perto da Usina do Gasômetro, o que perfaz um trajeto de 10 a 15 minutos até lá), fomos desviados totalmente da nossa rota por um bloqueio dos azuizinhos, sem nenhuma explicação... O caos estava estabelecido numa extensa área, onde a movimentação de veículos era enorme, quando muitos estavam voltando para casa depois do trabalho e outros dirigindo-se para a praia. Em resumo: o ônibus que íamos pegar para SC, com saída marcada para as 18 horas, partiu sem nós!

Conseguimos remarcar a passagem (muito tempo gasto numa fila), mais tempo aguardando o trânsito voltar ao "normal" para pegarmos um táxi (nossa carona já havia ido embora).
Três horas depois, finalmente em casa, consultei a internet para saber o motivo do engarrafamento monstro que atravessamos e soube da manifestação pela morte do garoto atropelado por um ônibus, quando atravessava a rua Voluntários da Pátria de bicicleta, no início da semana.
Apesar do transtorno causado à nossa vida, tive que concordar com a forma que os moradores usaram para obter atenção, já que parece ser a única que têm para buscar justiça e uma solução para seus problemas!

Hoje, pela manhã, fui buscar a notícia nos dois maiores jornais da cidade, Correio do Povo e Zero Hora, esperando um grande espaço destinado por ambos ao fato, pois abalou o cotidiano da cidade e era o que os manifestantes queriam mesmo.
O Correio destacou a notícia, colocando até uma foto (pelo número de páginas do veículo, que são poucas, diria que foi bem destacada) e ZH, com maior número de páginas, limitou-se a uma notinha perdida sobre um enorme anúncio de um automóvel.
Ou seja, a importância dos fatos é dada pelo veículo que os transmite: quem leu o Correio, considerou o fato com destaque, mas quem leu ZH, deu pouca atenção, talvez nem tenha percebido aquela notinha, se não for um leitor atento e interessado.

                                                           A notinha de ZH foi colada sobre a matéria do Correio, 
                                                                                         no canto inferior esquerdo da foto.


Essa é a mídia que nos "auxilia" a conhecer o que acontece no mundo!
Ela mostra para onde você deve olhar, como assimilar o fato, indica o ângulo de observação e conduz o seu pensamento!
Por isso, não limite-se a beber de uma única fonte - CONSULTE VÁRIAS FONTES DE INFORMAÇÃO PARA PODER CRIAR SUA PRÓPRIA OPINIÃO SOBRE OS FATOS!

Tuesday, February 7, 2012

La Belle Verte - uma crítica, uma esperança


LA BELLE VERTE (em inglês, The Green Beautiful e em português, Turista Espacial) - filme francês produzido em 1996, dirigido por Coline Serreau, que também interpreta a personagem central. Filmado na Austrália e na França. Síntese: não percebemos a maneira ridícula e estressante que vivemos - só alguém que está fora, consegue enxergar...

                                Num pequeno e verdejante planeta, com poucos habitantes, tudo transcorre harmoniosamente.
                                Reúnem-se para tomar decisões - ninguém dirige, ninguém manda, tudo é decidido na hora e sem burocracia.
                                São vegetarianos crudívoros e plantam seus alimentos...
                                ... as crianças são educadas e cuidadas por todos...
                                ... exercitam o corpo sem precisar frequentar academias...
                                ... e em lugar de ficar passivamente, sentados, assistindo ao desenrolar dos fatos!
                                Telepatas, viajam através do Universo com simplicidade e resolvem seus problemas sem guerrear; além disso, preocupam-se em enviar emissários para outros lugares, como a  Terra, a fim de auxiliar no seu desenvolvimento.
                                Mila decide visitar a Terra, já que ninguém desejava ir... Eles constroem a nave (instantaneamente, já que tudo era feito através de suas mentes, como a programação para falar diversas línguas e outras utilidades necessárias para o "turista espacial") e ela viaja para a Terra.
                                Para entrar em contato com sua família, ela precisava colocar os pés em alguma fonte de água (transmissor).
                                Que maravilha de comunicação - sem celulares, satélites, radiação... apenas o uso de todas as possibilidades do cérebro (lembram que só usamos 10% dele?) e uma fonte  transmissora natural.
                                Mila fica chocada quando vê cadáveres de animais em exposição numa vitrine... Não acredita que os terráqueos alimentem-se de animais mortos e esquartejados! Por isso, interroga a mulher que fazia compras no açougue, surpresa por ela alimentar-se dessa forma e ainda pagar pela carne.
                                Obviamente, a mulher chama-a de louca. Mas logo depois, senta na calçada, abre o pacote com a carne e fica olhando, pensativa, para aquele alimento insensato... Isso acontece com todas as pessoas que entram em contato com Mila, têm um insight e transformam-se, fazendo coisas que, lá no fundo de suas mentes, consideram mais coerentes... alguns tiram os sapatos, as roupas, abraçam árvores... :)
                                Mila passa mal quando come a comida dos terráqueos e sai em busca de outras opções.
                                Entra em um prédio e leva um susto quando descobre o que aconteceu com um dos enviados de seu planeta à Terra, há mais de 2000 anos atrás...
                                Jesus, um "turista espacial" acabou crucificado, tentando despertar os humanos!
                                Mila procura um berçário para trocar energia com bebês: assim, ela alimenta-se e as crianças curam-se de qualquer problema de saúde - uma perfeita simbiose. Ali, ela conhece o dr. Max, que é desconectado por ela, ou seja, tem a mente desbloqueada e passa a sentir e viver verdadeiramente a vida! Uma das coisas mais engraçadas que acontece com ele é que desiste de fazer partos (ele só fazia cesáreas), pois descobre que até aquele momento não havia compreendido o milagre do nascimento nem as necessidades das mães e dos bebês!
                                Numa loja de discos, Mila descobre outro "turista espacial' que havia visitado a Terra, deixando como presente sua música extarordinária.
                                Mila segue transformando as pessoas com as quais relaciona-se, fazendo-as ver, por exemplo, que as famílias devem conversar, trocar ideias e divertir-se sem a presença da televisão.
                                Ou perceber toda a beleza que existe numa folha de alface!
                                Seus filhos também viajam, querendo encontrar-se com ela, mas caem no deserto australiano, convivendo com os "selvagens" que ali moram e descobrindo que sua maneira de viver é muito parecida.
                                Usando as programações mentais, entram num avião que os levam até a França e...
                                ... assistam ao filme para saber mais!
                                La Belle Verte é uma crítica, mas em tom de comédia, o que o deixa leve, divertido e ao mesmo tempo, faz refletir.
                                Nosso planeta ainda tem salvação?
                                Para quem acha que viver dessa forma é uma utopia, abra sua mente e deixe entrar a ideia de que há civilizações mais desenvolvidas e que também já passaram por essa etapa em que estamos estagnados... é preciso abrir os olhos e mudar!