Tuesday, September 13, 2011

Cultura e tradição? Isso é barbárie...


O Rio Grande do Sul e a figura do gaúcho tradicionalista são inseparáveis - estamos no século XXI e essa união parece estar cada vez mais forte, porque conquista jovens e crianças urbanos - a nova geração que curte o chimarrão, a "tchê music" e a costela gorda!

Quem nasce aqui, dificilmente, consegue imaginar uma refeição sem carne e, certamente, é fã de churrasco. Quando o 20 de setembro se aproxima, o Parque da Harmonia, em Porto Alegre, abre-se para receber o Acampamento Farroupilha - uma grande orgia carnívora, onde o churrasco corre solto por todos os lados e animais são sacrificados e devorados sem piedade!

Sei... não é só isso que acontece lá... cavalos e vacas também são maltratados em gineteadas e provas de laço e todo ano morre gente em brigas de faca, depois da dança e da bebedeira (ou durante o desenrolar da bailanta).


E quando pesquisamos sobre as causas da Revolução Farroupilha, ficamos sabendo que ela foi motivada por desentendimento sobre o comércio da... carne!

"O 20 de Setembro é a data máxima para os gaúchos. Neste dia celebram-se os ideais da Revolução Farroupilha, que tinha como objetivo propor melhores condições econômicas ao Rio Grande do Sul. 

As Causas

O estado do Rio Grande do Sul vivia basicamente da pecuária extensiva e da produção de charque, que era vendido para outras regiões do País. No início do século XIX, a taxação sobre o charque gaúcho tornava o produto pouco competitivo, e logo o charque proveniente do Uruguai e da Argentina passou a abastecer esta demanda.

Alguns estancieiros, em sua maioria militares, propuseram ao Império Brasileiro novas alíquotas para seu produto, a fim de retomar o mercado perdido para os vizinhos do Prata. A resposta não foi nada satisfatória. Indignados com o descaso da Corte e cansados de ser usados como escudo em várias guerras na região, os gaúchos pegaram em armas contra o Império."

Fonte: 20 de Setembro-Revolução Farroupilha

Muitos, ao lerem esse texto ficarão indignados, pois, supostamente estaria a"vaca"lhando com a "cultura e as tradições gaúchas" - certamente, houve muita bravura, muito heroísmo e também muito sangue rolando (não só de pessoas mas de animais). Mas não me sinto nem um pouco orgulhosa por saber que o mito que cultuamos no RS é uma história que envolve o abuso de muitos animais e que isso ainda permanece.

E me indigno com o que o texto abaixo expõe:

"O sinal da fumaça dos piquetes do Acampamento Farroupilha anuncia que uma costela bovina está sendo preparada.
A carne é a preferida entre os gaúchos acampados, embora haja opções variadas para cada paladar nas bancas distribuídas pela praça de alimentação. (...) são assados cerca de 1,8 mil quilos de carne por dia e os funcionários já estão se preparando para o movimento do feriado da Revolução Farroupilha, quando o estoque deve chegar a 3 mil quilos. (...) o conteúdo é sempre de costela, vazio, galeto, salsichão, salada, farofa e pão.
(...) Já no piquete Tamandaré, a predileção é pela costela uruguaia, cujo corte é maior do que a costela gaúcha. De acordo com o assador Sílvio Maciel, o fogo deve ser direcionado para o lado dos ossos. Quando a carne começar a descolar, vira-se o espeto e deixa-se mais 45 minutos para dourar. O galo Frederico, símbolo do grupo, "fiscaliza" o processo. Conforme revela Flávio Ventura, ele está a salvo da panela:
- Está há cinco anos com a gente. Esse não vai virar arroz com galinha."

Fonte: ZH 13/09/11

Que sorte a do galo Frederico! Mas azar das centenas de vacas, porcos e galinhas sacrificados para a diversão gastronômica do povo que circula pelo acampamento, que acontece anualmente.

São Francisco, deixastes de proteger os animais?
Ou as vacas, bois, galinhas, patos, gansos, porcos, peixes e tantos outros animais que são mortos para virar comida não são amados por ti?

Fotos: ZH 13/09/11 (montagem feita com São Francisco e os animais)

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