terça-feira, 2 de junho de 2015

A rampa


Aconteceu ontem à tarde, em uma unidade de transporte coletivo, na zona central da cidade:

Fazendo sinal no ponto de parada, um cadeirante quis subir no veículo.
Desceu a cobradora, tentou várias vezes levantar a rampa para que houvesse o acesso, mas não conseguiu, apesar de todo o seu empenho físico.
A fila na roleta aumentava, impaciente.
Vários passageiros eram homens, mas acredito que nenhum ofereceu ajuda temendo que a moça reclamasse: "não precisa, deixa comigo!".
Se fosse em outros tempos, seria comum que um cavalheiro logo fornecesse auxílio e a dama agradecesse, aliviada. Mas sabe-se que atualmente, a maioria das mulheres quer mostrar que consegue fazer tudo sozinha e os homens andam desistindo de ser prestativos.
O tempo arrastava-se, o motorista resolveu abandonar o volante para ajudar. Foi quando percebi que era uma motorista! Ela também tentou e nada, a rampa pemanecia estática, grudada no chão. As duas uniram-se num supremo esforço, cruzando os braços após o fracasso das tentativas.
Resolveram desistir, e a cobradora começou a explicar ao cadeirante que teria que esperar o próximo ônibus, infelizmente elas não estavam conseguindo soltar a rampa, então ouviram-se passos pesados vindo do fundo até a porta e um sujeito, com aparência nem tão robusta, perguntou se queriam que movesse a rampa. Num único e preciso movimento, destrancou a josta.
Elevou-se a cadeira (com muito suor, pois as moças continuavam tendo dificuldade no procedimento), todos voltaram a seus postos e seguiu o barco.

Moral da história: muito útil ter um braço masculino por perto para executar atividades que exijam força física, não acho brega nem machista assumir que homens sejam mais fortes do que nós, nesse aspecto.
Em muitos outros, nós, mulheres, somos mais competentes e vejo isso apenas como a possibilidade de uma "troca de figurinhas", de sermos complementos, e não, opostos:
não é uma competição, como muitos querem fundamentar.

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