Tire a venda dos seus olhos e aproxime-se! Leia nas entrelinhas e procure ver através do brilho da ilusão, pois vivemos como mansas ovelhas agrupadas em um rebanho comandado por meia dúzia de pastores. Atreva-se a mudar sua posição, pois a Verdade não é aquela que nos mostram e obrigam a viver, através das mais variadas artimanhas e armadilhas. Faça diferente! (Vera Falcão)
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
A cavalaria não vai chegar a tempo...
"Fomos alertados.
Não demos atenção.
Agora, não há como escapar."
Acabei de assistir ao filme Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan e perdi o fôlego com a veracidade do roteiro e o final anti-hollywoodiano, isto é, não é um final feliz, o herói não fica com a mocinha, a cavalaria não aparece a tempo de salvar todo mundo, nenhum cientista descobre rapidamente a cura para a epidemia devastadora... enfim, é um final para pensar depois que desligamos o dvd ou saímos da sala de cinema.
Aleatoriamente, assisti nessa semana a mais dois filmes seguindo a linha do final não-feliz: O Nevoeiro e Toque de Recolher.
O primeiro é uma refilmagem, baseada num conto de Stephen King, mas assemelha-se ao original apenas pelo nevoeiro e o restante do roteiro apresenta um problema bastante verossímil (se levarmos em conta como andamos tratando nosso meio ambiente), que cria um clima permanente de tensão, que vai crescendo e... não termina no final! O filme acaba e ficamos ainda tensos, preocupados, porque o problema não foi resolvido. E os heróis, porque eles morrem nesses filmes? Geralmente, heróis sobrevivem até o the end, não importa por qual perigo tenham passado!
O segundo, também apresenta um problema surgido pelo descaso dos seres humanos com seu planeta: o dia nasce normal (aparentemente) e, de súbito, algo incontrolável começa a acontecer, sem que herói nenhum consiga pôr um freio na situação.
Não apresentei maiores detalhes sobre cada filme, para não tirar totalmente o sabor do ineditismo, caso vocês queiram assisti-los, mas a questão básica que me levou a escrever esse texto é que todos os três filmes seguem as palavras impressas na abertura: "Fomos alertados. Não demos atenção. Agora, não há como escapar."
Não acredito em coincidências.
Me parece que esses filmes fazem parte de uma tendência que está se alastrando - mostrar situações realistas, criadas pelo nosso descaso e que estão tornando-se incontroláveis, não podendo ser solucionadas por nós, seres humanos - ficamos reféns do planeta.
Ou seja: apesar de todos os avisos, de todas as campanhas, da disseminação de informações sobre como preservar a Natureza e de como tentar reverter os estragos já feitos até agora, não estamos fazendo o suficiente, não estamos levando a sério as consequências que, certamente, virão e, muito em breve. E, o pior, de forma irreversível.
Importante também verificarmos como surge nossa real natureza - o instantâneo comportamento humano - quando todas as regras caem por terra, quando não há a repressão da lei para nos manter racionais - tal visão pode ser tão ou mais assustadora do que as catástrofes do mundo exterior.
É o que esses três filmes estão dizendo (para quem quiser ver e ouvir).
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