Tire a venda dos seus olhos e aproxime-se! Leia nas entrelinhas e procure ver através do brilho da ilusão, pois vivemos como mansas ovelhas agrupadas em um rebanho comandado por meia dúzia de pastores. Atreva-se a mudar sua posição, pois a Verdade não é aquela que nos mostram e obrigam a viver, através das mais variadas artimanhas e armadilhas. Faça diferente! (Vera Falcão)
domingo, 21 de agosto de 2011
A imortalidade da família
Não costumo comentar telenovelas nos meus blogs, mas acompanhei uma boa parte do enredo de Insensato Coração e a cena final, bem como o comportamento de muitos personagens, me levaram a refletir sobre o destino dessa instituição: a família!
Na última cena, acontece uma reunião familiar em que a atriz Nathalia Timberg (citam muito Fernanda Montenegro como referência de maior atriz brasileira, mas, particularmente vejo Nathalia Timberg como a grande dama da interpretação em nosso país) faz um brinde enaltecendo a família, que permanece apesar das várias transformações pelas quais passa, pelas desavenças, pelos desentendimentos que acabam sendo relevados quando as pessoas percebem que o mais importante é manter o vínculo com aqueles que ama.
No enredo da novela, pudemos observar essas transformações, por exemplo:
1) a mãe que descobre que o filho é gay e aceita normalmente, o pai homofóbico que além de descobrir que tem um filho, fica sabendo que ele é homossexual, mas acaba aceitando ambas as novas situações e esse filho que constrói uma união estável com seu companheiro. O núcleo chamado família está em mutação, queiram os mais tradicionais aceitar tal fato ou não;
2) demonstrações exageradas de amor materno, que ajudam a construir o caráter egoísta do filho e a mãe que diz só pensar no bem das filhas, mas tudo o que faz é para que sua família tenha status e assim ela suba na escala social - a mãe sempre foi vista como a figura protetora, mas até onde essa proteção é saudável para os membros do grupo?;
3) um casal que tem um filho e decide não morar juntos, mas mesmo assim pensam que constituem uma família e trocam palavras de amor e carinho - como seria maravilhoso se todos os casais separados pudessem conviver nessa harmonia imaginada pelo autor...;
4) o filho que despreza o pai, que mandou assassinar sua mãe, renuncia a ele e parte para construir sua própria família, já que a sua fora destruída - nem sempre é possível esquecer as desavenças, quando elas envolvem comportamentos cruéis demais;
5) duas pessoas que não querem criar um relacionamento fechado, mas com possibilidades de manter contato íntimo com outros e, mesmo assim, amarem-se e criar uma célula familiar - outra mutação, que pode envolver até a possibilidade de um filho; ao mesmo tempo, a mulher que não aceita infidelidade e quer a segurança que ela imagina ter com um homem mais velho, estável e tradicional, o modelo com quem ela quer criar a sua família, iniciada com o filho de outra relação;
6) o casal formado pelo mocinho e pela mocinha, que passa a novela inteira tentando ficar juntos, para... constituir uma família!
Poderia analisar outros personagens e suas relações familiares para justificar a verdade nas palavras proferidas pela matriarca da família Drumond, ao erguer o brinde que encerrou Insensato Coração, mas deixo essa tarefa para os meus leitores: procurar em cada um deles tal significado. E, possivelmente concluir que, a família pode mudar os papéis de cada membro, reduzi-los até, mas não extinguir-se...
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