segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Código Florestal e o futuro do planeta - uma visão pecuarista


"Hoje, um homem médio consome 38,9 kg de carnes ao ano.
Em 2050, pelo efeito da renda, serão 64 kg e isso trará uma vida média mais longa e melhor.
Por outro lado, teremos que aumentar em 120% a oferta de carnes para atender essa demanda, ou seja, temos mais do que dobrar o nível de produção de carnes que atingimos ao longo de toda a história do homem em menos de 40 anos.
Para produzir a quantidade de 589 milhões de toneladas de carne em 2050, precisaremos dar um grande salto nas produções de milho e soja. Em 2050, deveremos produzir 1,7 bilhão de toneladas de milho, 117% mais do que atualmente e 647 milhões de toneladas de soja, um aumento de quase 150%.
Isto é um alerta global.
Se não atingirmos esses números, a fome e a subnutrição serão problemas muito sérior, potenciais causadores de guerras civis e entre nações.
Para quem realmente se preocupa com o futuro do planeta, é bom ter essa preocupação bem clara em sua mente.
Vale a pena ter futuro se nele não se viverá em paz?
De que vão adiantar as super tecnologias e entretenimentos do futuro se bilhões não terão um simples prato de comida?
É este futuro que desejamos evitar quando queremos a aprovação do novo Código Florestal no Senado. (...) Deixem-nos produzir onde produzimos há séculos, que resolveremos o problema da fome. Cuidem dos 62% do território nacional que não são propriedades rurais e seremos referência em meio ambiente. Façamos esse pacto e o futuro da planeta estará a salvo."

Antonio da Luz - Economista do Sistema Farsul
Em Sul Rural, Órgão de divulgação do Sistema Farsul - nº 335 - agosto de 2011


O texto mostra o pensamento óbvio dos pecuaristas com relação ao problema da fome no mundo; para eles, a solução é alimentar a população com carne - vamos salvar o mundo da fome com carne! O envolvimento deles com a agricultura é meramente para obter alimento para o gado - soja e milho - não para alimentar pessoas.
Então, espaço, energia e trabalho dirigidos a criar gado para reverter em lucro, atividade habilmente disfarçada em palavras nobres sobre como "salvar o futuro do planeta"!

A fome do mundo pode ser saciada com um prato de grãos e não com o sangue e o sofrimento dos animais, cuja criação ocupa terras que poderiam estar sendo semeadas com vegetais diversos e não o milho e a soja para engordar o gado!

Conforme os dados que o economista coloca no texto,  precisarão "produzir a quantidade de 589 milhões de toneladas de carne em 2050" para que o povo sobreviva... acabem com a pecuária e deixem que o verdadeiro agricultor, comprometido com o bem estar do meio ambiente (aquele que não usa agrotóxicos, que não é escravo da Monsanto e que não planta soja) lance suas sementes na terra, pois como disse Pero Vaz de Caminha quando chegou em terras brasileiras; "aqui nessa terra tudo que se planta nasce, cresce e floresce!"

2 comentários:

Luís F. disse...

Então você acha que é possível manter uma alta produção de grandes culturas (soja, milho, etc) sem o uso de agrotóxicos para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas em 2050? Quero saber como?
E mais uma coisa. Quero também saber se você é vegetariana? Quando você vai a um restaurante com sua família ou amigos ninguém deve comer carne não é? Apenas alface, tomate e outras como massas e frituras que são muito "saudáveis". E acho ainda, que você, ou sua família, jamais tomaram leite em seu café da manhã, porque se para você a pecuária não é importante não faz o mínimo sentido beber desse líquido com alto valor nutritivo e indispensável no crescimento infantil (o leite de caixinha também vem de bovinos. Não se esqueça).
Está na hora de abrirmos os olhos e olharmos ao nosso redor e distante e não caminharmos como cavalos com viseiras, sempre na mesma mesma direção sem observar o que se passa ao seu redor.

Vera Falcão disse...

Caro Luís, eu não acho, tenho certeza que há alternativas, que a produção orgânica é viável, mas nesse caso não traz lucro para os produtores de venenos.

Vou muito pouco a restaurantes, prefiro fazer minha comida em casa, com muita variedade e não comendo apenas "alface, frituras e massas"! Se quiser conhecer a minha alimentação vegetariana, variadíssima e saudável, visite meu outro blog: www.cozinhanatureba.blogspot.com

E quanto ao leite, aqui em casa utilizamos os leites vegetais (menos o de soja), feitos com castanhas, grãos, coco etc... sabias que o leite de gergelim contém mais cálcio do que o leite de vaca? Veja essa comparação entre os leites de soja, vaca e gergelim:

Leite de soja, fluído (88 Kcal em 100g)
Minerais: Cálcio 38 mg

Leite de vaca, direto da fazenda, fluído, 3.7% de gordura (87 Kcal em 100g)
Minerais: Cálcio 119 mg

Leite de gergelim ou tahine (creme ou "manteiga" de gergelim)
Semente de gergelim, inteiro, seco, 100 g
Minerais: Cálcio 975 mg

Até a couve tem mais cálcio do que o leite da vaca:

Couve, crua (30 Kcal em 100 g): 145 mg (folhas verde escuras em geral como a mostarda, chicória/escarola - evitar o espinafre como fonte de cálcio, devido ao ácido oxálico).

Justamente por observar em outras direções, decidi mudar há muito tempo, parando de comer vegetais envenenados pelos agrotóxicos, de matar animais para tê-los no meu prato e de beber o leite que deveria ser apenas do bezerro!