Não sou uma consumidora de leite de vaca.
Primeiro, li o livro Leite - alimento ou veneno?, de Robert Cohen. Depois de lê-lo, fica difícil ainda ter vontade de beber leite. Leite: alimento ou veneno? O leite contém poderosos hormônios de crescimento provenientes de vacas tratadas com proteína bovina geneticamente modificada. Esta realidade é fruto de séria controvérsia trazida à luz pela engenharia genética, e colocou a indústria de laticínios americana sob uma investigação rigorosa. Fruto de exaustiva pesquisa, este livro investiga como foram usados bilhões de dólares da indústria de laticínios norte-americana para influenciar a FDA e o Congresso americano assim como a comunidade científica e médica, enganando o consumidor sobre os perigos do leite e produtos dele derivados. Comprimidos para dor de cabeça, sprays para nariz entupido, descongestionantes e anti-histamínicos para aliviar sintomas de alergias enchem as prateleiras das drogarias e farmácias. São necessários laxativos para aliviar gases intestinais, inchaço, diarréia e síndrome de intestino irritado causado por intolerância à lactose, que incomodam ¾ da humanidade. Sem o consumo de laticínios, talvez não fossem precisos todos esses antídotos. Meticulosamente documentado, escrito num estilo informal e cheio de vida, pontuado de humor irreverente, este livro vai mostrar que o leite é um perigo real para a sua saúde. Não se preocupe com o que você vai pôr nos flocos de cereais. O autor oferece muitas sugestões para substituir o leite. Robert Cohen estudou psicologia fisiológica e fez especialização em psicobiologia no Southampton College da Universidade de Long Island, além de realizar pesquisas científicas no campo da psiconeuro-endocrinologia onde estudou a influência dos hormônios sobre a química do cérebro e o comportamento subseqüente dos mamíferos. Estudou genética, endocrinologia e fez cursos de histologia e fisiologia dos mamíferos. Dedicou vários anos de sua vida à pesquisa do material que constitui a base principal deste livro, documentando a existência de permanente lobby político que confundiu a opinião pública omitindo pesquisas que provaram que o leite não é um bom alimento.
Segundo: a maldade que fazem com as vacas, fazendo-as produzir leite acima das suas forças e necessidade.
Atualmente, uma vaca produz dez vezes mais leite do que sua natureza permitiria, graças aos hormônios que lhe são conferidos. As vacas são tratadas como máquinas: não tomam sol, não amamentam seus filhotes, e para combater as doenças, vários antibióticos lhe são ministrados além dos pesticidas. Quanto aos bezerros, são retirados de sua mãe assim que nascem, não lhes sendo permitido mamar nas tetas da mesma.
E para completar, mais uma maravilhosa crônica do Paulo Sant'ana sobre o escândalo da indústria do leite longa vida:
29/10/2007
Leite curta vida
Diante dos últimos fatos, vai sofrer grandes modificações a industrialização do leite longa vida.
Com a consagração da soda cáustica e da água oxigenada como conservantes do leite longa vida, a primeira mudança será nos nomes do leite: Sodalat e Oxilat.
Toda caixa de leite deverá ter bem visível as advertências: "Beba com moderação!" e "Se beber, não dirija".
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Parece que a atual indústria do leite longa vida não cogitou de que, ao alongar a vida do leite, estava encurtando a vida dos consumidores.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária terá de ser rigorosa na análise de qualidade da soda cáustica e da água oxigenada.
Só o que faltava era acrescentarem soda cáustica e água oxigenada de péssima qualidade ao leite que bebemos.
Exigimos soda cáustica e água oxigenada genuínas na mistura com o leite.
De quem é, por sinal, a atribuição de analisar a pureza da água oxigenada e da soda cáustica que são adicionadas ao leite? Não estará havendo mistura na mistura?
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Se a soda cáustica e a água oxigenada têm a propriedade de dar mais longa vida ao leite, não seria o caso de a ciência investigar se, alimentando-se as mães lactantes com água oxigenada e soda cáustica, prolongar-se-ia sua lactância, para gáudio de seus bebês lactentes?
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A suprema vitória da indústria do leite longa vida: é quase certo que, com o reforço da soda cáustica e da água oxigenada, o leite longa vida venha a ter uma vida mais longa que a do consumidor.
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De todo esse drama do leite, sobrou-me a seguinte decisão: quanto mais curta for a vida de um leite, mais confiável ele para mim será.
Se lançarem no mercado, me tornarei cliente ferrenho do leite curta vida. Tenho até um slogan para ele: "Curta a vida com o leite curta vida".
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Eu já tinha de ter desconfiado da qualidade do leite longa vida. Longa vida quem tem são os velhos. E é lógico que todo leite longa vida é velho. E que a vida do leite longa vida é artificial.
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E agora já vão para duas as descobertas de jazidas de caixas de leite enterradas no município de Fazenda Vila Nova (RS).
Estão enterrando o leite longa vida em caixas.
Estão escondendo a sujeira debaixo do tapete.
Onde é que estamos metidos?
Mas tenhamos a consciência inflexível de que se trata de um esquema, crê-se que nacional, da adulteração do leite.
Há pelo menos um ano o leite vem sendo adulterado, revelou o Fantástico ontem.
Mas pode ter sido há mais de um ano.
E também ficou esclarecido que as cooperativas acusadas compravam leite azedo e usavam a soda cáustica e a água oxigenada para "regenerá-lo".
E o lucro com a mistura de soda cáustica, água oxigenada e soro ao leite era da ordem de 10%.
Ou seja, o objetivo principal não era dar vida mais longa ao leite, mas "espichar" o leite em volume.
Um crime. Contra a saúde pública e contra a vida.
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