Sunday, November 18, 2007

A sabedoria da Mãe Natureza OU animais são seres inferiores?




Assisti ao filme A Marcha dos Pingüins (com uma certa demora, concordo) e ele me provou, mais uma vez, que os animais são mais sábios que os seres humanos.




O documentário mostra uma corajosa e coletiva jornada pela preservação da espécie
Na Antártida, em todo mês de março, centenas de pingüins fazem a marcha de milhares de milhas de distância pelo continente a pé, enfrentando animais ferozes, temperaturas frias, ventos congelantes, através das águas profundas e traiçoeiras. Tudo para encontrar o par com o qual irão constituir uma família. Essa já é uma indicação da sabedoria dessa espécie, que não mede sacrifícios para estabelecer o que nós, humanos, muitas vezes não valorizamos: a união apaixonada de macho e fêmea e a manutenção de uma vida, a qualquer preço. Os humanos conseguem abandonar suas crias pelas ruas, para que sobrevivam sem meios e alguns, depois de matá-las, depositam seus corpos em lixões ou lagoas. Há muitas uniões que não resistem a um inverno..


Em um cenário de gelo desértico, a história se repete há milênios e dela depende a manutenção da espécie: a marcha de milhares de pingüins-imperadores em busca do par perfeito.
Por instinto, enfileirados aos montes, machos e fêmeas deixam seu habitat natural em direção ao deserto gelado da Antártica em uma maratona de bravura e sobrevivência até realizar seu ritual de acasalamento.

O documentário mostra a inversão de papéis entre pingüins machos e fêmeas, onde o casal se separa após o tempo suficiente para a fecundação, romanticamente chamado no filme, de "a dança". A fêmea deixa o ovo para ser chocado pelo macho, enquanto retorna para o mar em busca de alimento.
Meses se passam e os pingüins machos têm a árdua tarefa de aquecer e proteger o rebento, à espera do retorno de suas fêmeas. É estimulante ver a bravura desses machos, reunidos em círculos, amontoados para manter o calor em seus corpos, girando continuamente em busca da energia que os fará sobreviver aos cruéis ventos das tempestades de inverno. Muitos morrem, muitos ovos são perdidos na confusão das ventanias, mas eles aguardam com persistência a conclusão do grande plano iniciado nos primeiros passos da marcha. Exemplo para muitos humanos, que desistem aos primeiros obstáculos encontrados em seus planos e estratégias de vida. Sucumbem aos contratempos e fogem para caminhos considerados mais "fáceis" , abandonando seus ideias, sonhos ou missões. Maravilhosa também essa troca de papéis considerados clássicos entre macho e fêmea e a colaboração incansável entre eles, a parceria inabalável do casal.




A família de pingüins terá que se reunir num breve espaço de tempo, para que o novo membro receba comida, caso contrário, não sobreviverá.
O reencontro com as fêmeas dá largada à corrida dos machos em direção às águas do Oceano Antártico, a marcha dos famintos, após a extenuante missão cumprida de zelar pelos filhotes. Caberá então, às fêmeas, a tarefa de preparar os bebês, até que possam se arriscar sozinhos no mar. Assim, o ciclo se fecha até chegada do próximo outono.




Eles sabem a hora exata de partir e qual o caminho a seguir, mesmo que a paisagem pareça ser absolutamente igual, branca e gelada. Conseguem se reconhecer pelo som de suas vozes, mesmo que para nós eles sejam um bando de aves idênticas. Têm um objetivo e por ele são capazes de dar a vida. O ego é suplantado pelo bem do coletivo. E amam, Amor com A maiúsculo.




Quanto mais apreendo sobre os hábitos dos animais, mais os admiro e não posso considerá-los inferiores. Em muitos aspectos, eles são SUPERIORES A NÓS, SERES ROTULADOS COMO RACIONAIS...







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