Impunidade é uma palavra que já está incorporada ao nosso cotidiano.
Ficamos cientes das denúncias, acompanhamos o processo pela mídia, aguardamos a finalização do caso e a conseqüente punição dos culpados... mas a parte final não se realiza.
Ou a notícia é abafada e/ou mascarada, ou alguém ou muitos são subornados, ou simplesmente, alguma instituição poderosa tratou de cuidar de seus interesses.
A Igreja Católica é um dessas instituições.
Age como a mãe protetora que agasalha seus filhotes sob as asas, não importando que sejam cópias xerocadas (ou clonadas) de Caim.
O documentário apresentado ontem pela Rede Record, CRIMES SEXUAIS E O VATICANO, produzido pela BBC, pode até ser uma arma usada na guerrinha religiosa católicos x evangélicos, mas não mostrou nenhuma mentira. Foi bastante didático e jornalístico e só não apresentou a versão dos dois lados, porque o Vaticano e os padres solicitados a dar declarações, negaram-se a conceder entrevista.
No depoimento de um especialista em direito canônico, ele diz que "há 50 milhões de crianças nas congregações espalhadas ao redor do mundo. O Vaticano não tem uma política de proteção para essas crianças. A única política que têm é proteger o criminoso, proteger o Vaticano. Esconder isso. Manter ao máximo o segredo para proteger a instituição."
Os poucos padres pedófilos punidos até agora, o foram pela ação da Polícia, não pela da Igreja.
As ações da Igreja frustram quem tenta colocar os criminosos na cadeia.
Os padres conquistam a confiança da família da criança, protegidos pela batina que os torna dignos de total confiança, pois são representantes de Deus.
Declaração de promotor de Justiça que participou de um caso envolvendo sacerdote acusado de pedofilia : "oficialmente, a posição da Igreja é colaborar com a Justiça. Mas na prática, ela lutou para obstruit todos os passos da investigação."
Padres fugitivos vivem sob a proteção do Vaticano em Roma.
Aprontam e depois correm a aninhar-se nas asinhas protetoras da Mamãe...
Outra declaração do especialista em direito canônico: "somente uma pessoa pode mudar essa situação.
O Papa pode acordar amanhã e dizer, esta é a política da Igreja:
amplo acesso para as autoridades civis;
isolamento absoluto e demissão dos padres julgados pela Justiça;
indenização financeira para todos os casos;
derrubar todas as barreiras para os processos legais;
cooperação completa com as autoridades em todos os lugares.
Ele pode fazer isso."
O Vaticano mantém silêncio, como dito acima.
Manifestaram-se as vítimas, crédulos católicos fervorosos, como uma avó que, ao saber pela boca do neto de 5 anos do abuso sofrido, perplexa dizia que ele estava com a única pessoa de quem ela jamais desconfiaria: ele estava com uma pessoa do Bem...
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