quarta-feira, 9 de julho de 2008

Estamos perdendo nossa "humanidade"?


O tema do post anterior ainda está rendendo frutos... Mas tem a ver com meu ponto-de-vista de que precisamos viver em conexão direta com a natureza e ao abandonarmos essa ligação, estamos perdendo o rumo e decaindo: perdendo nossa "humanidade".

Estamos hipnotizados pelo sistema que nos motivou a deixar nossos filhos aos cuidados de outros para podermos sair e fazer parte da mão-de-obra que faz esse mesmo sistema girar e proliferar.

Particularmente, acho que os primeiros anos de vida da criança, que são os formadores, deveriam ter a participação integral da mãe. Se as mulheres quiserem trabalhar, que o façam mais tarde, depois da primeira infância do filho. Principalmente, o primeiro ano, onde já é comprovado que a criança desenvolve a sua afetividade.

É uma questão bastante controversa, que nós mesmas, mulheres, criamos, instigadas por interesses que não apenas os nossos.
Há pouco assistia a uma entrevista de uma antropóloga (não consegui pegar o nome) que dizia que as mulheres sempre trabalharam, mas nunca, em nenhuma época, as crianças foram de forma tão intensa, entregues aos cuidados de "instituições frias".
Hoje, por exemplo, perdemos tb o cuidado das avós... antigamente, se a mãe precisava mesmo sair à rua para trabalhar, as avós (ou as tias ou irmãos mais velhos) é que ajudavam a criar as crianças e isso estimulava esse vínculo afetivo com a família.

Não estou querendo voltar numa viagem com a máquina no tempo, mas penso que temos que resgatar alguns valores perdidos, pois a falta deles está causando a infelicidade das nossas crianças (drogas, sexualidade desperta precocemente, gravidez adolescente etc).

Tomio Kikushi diz que "os homens e as mulheres têm funções específicas. O homem, por exemplo, deve estar trabalhando enquanto que a mulher educando, cuidando dos filhos e cozinhando.
Não é machismo, é a natureza humana".

Concordo que nós, mães, deveríamos agir assim enquanto nossa família precisa de nós (caso contrário, pq a criamos?)
Há sempre tempo para vôos mais longos e individualistas...

Por exemplo, a moda...

Um sujeito que vive do outro lado do Atlântico decide ditar quais as cores e modelos de roupas que iremos usar na próxima estação (certamente, financiado e dirigido pela indústria da moda) e a mulherada sai correndo para as lojas, buscando os itens escolhidos por outros e já fartamente expostos nas vitrines, prontos para serem consumidos e enriquecer, na volta do ciclo, o tal sujeito que vive do outro lado do Atlântico...

Há muitos anos lia nos livros de ficção científica, que no futuro seríamos transformados em robôs... então, descobri que isso é uma metáfora, pois já somos robôs, dirigidos, controlados, encaminhados para procedimentos alheios à nossa vontade, muitas vezes sugeridos maliciosa e sutilmente, como pela propaganda (a escancarada é a menos perigosa, pois vc pode criticar e denunciar).

Isso enfatiza o ponto-de-vista de que o papel da maternidade está neglicenciado por pressão e manipulação feita por interesses de terceiros, abalando inclusive o nosso instinto, que seria o de parir naturalmente, amamentar, amparar a cria exclusivamente no período em que ela é dependente dos nossos cuidados.

Então, é sugerido que temos que trabalhar nas empresas e não ficar em casa, pois dedicar-se à família seria uma forma de subserviência, onde estaríamos sendo exploradas, principalmente pelos homens, nossos ferrenhos inimigos... aos poucos fomos afastadas de nosso importante papel de "personal dona-de-casa" para nos preocuparmos excessivamente, por exemplo, com a imagem (cosméticos, botox, cirurgias, implantes, liftings, silicone etc. - toda uma produção feita para transformar as mulheres em seres artificiais, longe da sua verdadeira natureza).

Ah, não sou nada contra uma bela cor de batom realçando os lábios, contra um maravilhoso creme hidratante pós-banho e outros auxiliares da manutenção da nossa beleza, mas o que vemos atualmente é um arsenal para transformar a mulher num... robô...

2 comentários:

Edna disse...

Nossa, concordo DEMAIS com isso. Uma mulher que prefere cuidar da casa e dos filhos do que trabalhar fora é olhada com estranheza, não tem mais lugar no mundo. Só a que trabalha fora tem valor. Acho mesmo que se a dona de casa fosse mais valorizada, as crianças não seriam forçadas a irem para a escola desde muito pequenas. Elas praticamente nascem dentro de uma escola. Penso que a família tem condições de ensinar à criança quase tudo o que ela precisa aprender na primeira infância. Acredite, nem todas as mães deixam filhos em creches ou escolas porque precisam trabalhar. Muitas vezes é por pura comodidade.
Já dizia Cora Coralina: "A creche é fria e impessoal, jamais será um lar para o seu filho". Por isso, deve ser a última opção para os cuidados com os nossos filhos, afinal, nada substitui o carinho da família.

Vera Falcão disse...

Belo comentário, Edna, obrigada!