sábado, 5 de abril de 2008

O amor e o alho poró




Hoje pela manhã, como em todos os sábados, fui comprar orgânicos na feira da Coolmeia (mesmo que essa organização não exista mais, todo mundo ainda chama a feira por esse nome...).


Dia ensolarado, temperatura suave, fiz uma longa e agradável caminhada, carregando 3 sacolas que, certamente, voltariam cheias de legumes, frutas, verduras, raízes, flores, brotos, sementes...



Enquanto fazia compras numa das bancas, notei alguém conversando com o feirante e observando com mais atenção, reconheci um ex-amor... surpresa, com o coração disparando e emocionado, me aproximei.


Toda essa agitação foi resultado de uns dezoito anos de não-comunicação, por isso fiquei ansiosa para falarmos, reatar um contato abandonado no passado.


Nós não brigamos, não dissemos coisas ofensivas um ao outro, simplesmente nosso relacionamento murchou e deixou de existir. Obstáculos instransponíveis levaram a um afastamento natural.


Quando ele também me identificou, cumprimentou-me como se tivéssemos nos encontrado ontem no supermercado, com os clássicos dois beijinhos e o banal "tu também por aqui?".


E iniciou um discurso veloz sobre o alho poró, se eu sabia como se comia o dito, se cru ou cozido, o dono da banca não soube explicar, faz sopa ou salada, mas cru não é muito ardido?


E, petrificada, com um sorriso torto na cara, fui explicando e derramando todas as informações que eu tinha sobre o vegetal.


Quando sentiu-se satisfeito, aplicou mais dois beijinhos de despedida e sumiu na multidão!


Sou uma romântica incorrigível... esperava que após todos esses anos, ganhasse um abraço afetuoso, que trocássemos figurinhas sobre nossas vidas, quem sabé até um cafezinho ou um suco para ajudar a colocar o papo em dia...


Nossa! Que frieza!


Não mantenho minhas emoções sob um cabresto e deixo-as soltas, tomando ar fresco...


Continuei minhas compras, confusa, algo destrambelhada e mais adiante, recuperei o fõlego normal.


Lembrei de um filme antigo, cujo enredo me encantava (e ainda encanta).


Chama-se The way we were (Nosso amor de ontem), com a Barbra Streisand e o Robert Redford, um casal que teve um belo relacionamento mas acabou separando-se por diferenças sem possibilidade de negociação. Anos mais tarde, eles encontram-se rapidamente na rua e mantém um diálogo rápido e rasteiro, talvez cheio de significados...


Foi assim que me senti... aliás, a música-tema do filme é belíssima (uma das que mais gosto no meu repertório).


Mas, como me recupero rapidamente das quedas e tropeções, cheguei em casa e fui checar meus arquivos e ver se tinha passado as informações corretas ao meu ex-não vivo sem você.


Aproveito e passo-as para os queridos leitores desse blog, pois o alho poró é um superalimento:


Composição e Propriedades


A matéria ativa principal é um óleo enxofrado e essencial (óleo de alho) que, entre outros componentes, contém sulfureto de alilo, que exerce suave excitação sobre as glândulas das vias gastrintestinais e no fígado, pâncreas e vesícula biliar, evitando a formação de produtos de fermentação e de putrefação e abrindo o apetite. Assim, ele exerce:

a) um efeito sobre o aparelho digestivo em geral;

b) um efeito sobre as vias respiratórias. Como o óleo de alho é expelido em parte pelos pulmões, torna-se mais fácil a reparação das vias respiratórias nos catarros bronquiais;

c) um efeito sobre as vias urinarias. Além disto, o alho-porro (também assim chamado) exerce um efeito diurético, devido ao conteúdo em óleos essenciais, potássio, ácido salicílico, nitrato sódico e magnésio;

d) uma crescente excitação dos centros de formação do sangue, devido ao seu conteúdo em compostos orgânicos de ferro. Não devemos menosprezar o seu conteúdo em vitaminas C, sobretudo por se dispor dela durante o inverno.

Aplicações

1. Como planta curativa, o alho poró é ao mesmo tempo um alimento e um remédio. É eficaz contra deficiências de vitamina C, doenças renais, doenças do metabolismo, obesidade, degeneração de vasos do sangue, ajudando nos catarros bronquiais agudos e, sobretudo, nos crônicos, assim como nas doenças do fígado, estômago e intestinos;

2. Como legume e salada, presta-se igualmente para consumo cru ou cozido. Este último é excelente no inverno como depurativo do sangue. Aproveitam-se para isso as folhas;

3. Como condimento, é tradicionalmente conhecido para uso na sopa. Mas deve ser adicionado sempre quase no fim, para ser pouco cozido. A maior parte das vezes emprega-se nas sopas de batatas e em molhos. Totalmente cru, emprega-se como condimento em saladas de verduras, com batatas e com requeijão. Também é bom para regimes crus e dietas. Os rebentos que aparecem no segundo ano nas raízes das plantas são muito saborosos adicionados a saladas e a legumes.




Um comentário:

Anônimo disse...

Vera
você é uma excelente escritora! Adoro ler seus textos.
Quanto ao ex-ex... acho que mais vale um alho poró na mão que um ex voando...hahahahah